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Entrevista Oficial Barras

Barras é um novo artista do hip hop nacional, que está a desenvolver o seu primeiro trabalho discográfico, intitulado "O lugar que não existe". Este álbum visa alertar a consciência social às pessoas que se encontram desanimadas e desorientadas relativamente ao futuro e descrentes em si próprias.

Estivemos com este artista promissor e ele cedeu-nos um pouco do seu tempo para nos responder a algumas questões.


1- Fala-nos da tua infância, adolescência e opções profissionais.

A minha infância foi certamente muito diferente das de hoje em dia (que passam a maior parte do tempo a jogar consolas e nos computadores). Eu fui educado pelos meus avós maternos depois da separação dos meus pais. Viviam na zona das portas de Benfica, numa altura bastante problemática. Aconteciam muitos roubos e durante a noite os tiroteios eram constantes. Naquela altura, lembro-me que ficava algumas vezes em casa a ouvir música e a desenhar os heróis da B.D. Contudo, a maior parte do tempo passava-o na rua com os amigos e a jogar à bola como qualquer criança do meu tempo. Na minha adolescência podia ter seguido outro rumo, mas decidi ir morar sozinho aos 16 anos. Para puder sustentar-me abdiquei da escola, cheguei a ser jogador Federado de Futsal e praticava Capoeira. Mas apesar de tudo o que fazia e de tudo o que ia vivendo, a música sempre esteve muito presente. Em relação às opções profissionais, sempre trabalhei em superfícies comerciais, mas a música já proporcionou outras atividades, como quando trabalhei para editora Sonoterapia na área do marketing e como assistente de eventos e espetáculos.

2- Como e quando o hip-hop entrou na tua vida?

Comecei a consumir hip hop no fim dos anos 90, (1999), através de cassetes e fita VHS. Em 2003 comecei a rimar, e com amigos decidimos criar o grupo de rap intitulado "RPK". Fazíamos pequenas actuações em escolas secundárias e tivemos dois temas selecionados na revista “Hip Hop Nation”, com direito a uma entrevista também. Tivemos um feedback positivo e, a partir daí, decidimos criar uma editora independente: “Sonoterapia”. Lançamos assim algumas mixtapes locais, porém os trabalhos com mais destaque/projecção nacional foram: "Entrada Clandestina” dos StreetSoldiers em 2005 e “Projecto de Mary Witch” do Allen Halloween em 2006. 
Depois desta fase decidi afastar-me. Achei que deveria dar outras prioridades à minha vida, mas sempre que podia acompanhava o circuito do hip hop, uma vez que tenho amigos que também são rappers e sempre estive atento aos seus trajectos. Foi no início de 2010 que decidi avançar com este meu projecto “O Lugar Que Não Existe”.


3- Que vertentes desenvolveste e como contribuíste para a cultura?

Todas as vertentes no hip hop estão em desenvolvimento. É por isso que é "arte". A minha é a arte do "MC". Por outras palavras, não posso afirmar qual a vertente que desenvolvi, pois ela ainda se encontra em transformação. 
Quero com isto dizer que procuro, como qualquer outro artista, buscar a elevação ou a perfeição da sua arte. A expressão artística com a qual me enquadro é acima de tudo a escrita e música, (Ritmo e Poesia). No entanto, em tudo o que me envolvo, tento direccionar para a cultura, trazendo produtos com critérios e com qualidade. Por exemplo, em 2006, estive envolvido num projecto com algumas associações, sendo uma delas "Movimento Jovem Cidadão", que designamos na altura de "Hip Hop Contra A Fome". Consistia num Concerto de Novos Talentos e para entrar bastava levar um produto alimentar não perecível. Deste modo, apelávamos o acesso à cultura com o objectivo social de ajudar as famílias mais carenciadas, com um saco de alimentos.

4- Como Surgiu o Nome Barras? 

Por causa do meu apelido. É um diminutivo que surgiu entre amigos, e como sempre estive ligado ao rap, sempre fez sentido.

5- Fale-nos do "Lugar Que Não Existe".  

Quando passei por uma fase em que achei que devia dar outras prioridades à minha vida, como constituir família, voltar a estudar e a encontrar um emprego que desse alguma estabilidade financeira, surgiu a crise. E com ela, parece que se implantou uma espécie de estagnação às nossas vidas e ruptura nas relações humanas. Vi amigos a emigrarem porque não encontravam emprego; Presenciei uma senhora idosa a chorar. Esta ansiava em ajudar o seu filho que estava no desemprego, mas não podia porque a sua pensão não dava o suficiente; Foi através dessas observações e experiências pessoais que nasceu o "O Lugar Que não Existe". 



Quando estás num lugar onde não consegues garantir o mínimo de condições para viveres, estás num “lugar que não existe”, um lugar onde a felicidade não é atingida devido às carências, seja de cariz social ou económico. Este álbum procura reflectir sobre isso, transmitir isso, e entender o papel do indivíduo na sociedade de hoje em dia. O conceito sonoro do álbum é uma reminiscência aos anos 90, uma espécie de saudosismo do "boom bap".

6- Fala-nos das tuas colaborações. 

Tentei ter vários produtores. Como havia um conceito sonoro em torno do álbum, todos corresponderam ao que eu queria, sem perder a sua identidade musical. Contactei alguns beatmakers do universo lusófono, como Dário, Nel Sentimentum, Laudz do Brasil, Leelo de Moçambique, Arquitecto de Angola e de Portugal, Sam the Kid, Conductor, Conexão, Darksunn e o M.
Também tenho a colaboração dos MC's Valete e Radar, e dos cantores CiskSemedo, BabaSoul e Andrea Vertessen. Ainda tenho a especial colaboração da actriz Raquel Oliveira e do Carlos Gonçalves.

7- Planos para o futuro?

Pretendo dar a conhecer este projecto numa versão "live", reunindo as condições necessárias. Assim que tiver oportunidade de mostrar, tentarei cumprir essa missão. Outros planos: concluir o curso e começar a desenvolver um segundo projecto do Barras.

8- Mensagem que queiras transmitir a todos os teus fãs.

A mensagem principal que quero transmitir é: apesar dos contratempos e das dificuldades, não devem desistir dos vossos projectos. Devemos sempre superar todas as adversidades e quando não der para superar, devemos suportar.

E apoiem o Hip Hop Tuga.
Estamos aí… Barras.

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